segunda-feira, 11 de junho de 2007

Jobs usa Beatles p/ explicar relação com B. Gates

No princípio de junho de 1977, há exatos 30 anos, chegou às lojas na Califórnia o Apple II. Jamais se vira um produto como aquele. Computadores pessoais já existiam, mas uns não tinham teclado, outros vinham num estojo de madeira – caso do Apple I –, uns terceiros tinham de ser ligados à televisão.

O Apple II era bege. Seu case plástico acoplava a CPU, drive para disquetes, monitor. Foi o primeiro computador pessoal que qualquer um, hoje, identificaria como um computador pessoal. Inventou a cara dessas nossas ferramentas cotidianas. Em 1978, a Apple veiculou uma propaganda que dizia assim: “Milhares de americanos já compraram o Apple II, seja você o próximo.” Milhares, pois é. O tempo passa.

Na última semana, o Wall Street Journal apresentou sua conferência D5, All things digital. O colunista de tecnologia Walt Mossberg, um dos mais respeitados, foi ao palco para receber dois homens que raramente são encontrados juntos. Bill Gates entrou de um lado, Steve Jobs do outro. O fundador da Microsoft e o da Apple. O vídeo está no YouTube.

Como brigaram os dois, nos últimos 30 anos. “Bill percebeu antes de todos que o software é mais importante do que o hardware”, disse Steve. “Steve tem essa obsessão por qualidade do produto final que ninguém mais tem”, disse Bill. “Tendo a achar que tudo pode ser contado com uma música dos Beatles ou uma de Bob Dylan”, explicou ao fim Steve Jobs. “Neste caso, ‘you and I have memories that are longer than the road that stretches out ahead’”.
Juntos, temos memórias que se estendem para além do que nos resta de tempo.

A Microsoft anunciou um computador interessantíssimo. É uma mesa, a tela fica no tampo. Ponha a câmera em cima, a mesa forma uma bolha onde ela está para indicar que a reconheceu. Aí, espalha pelo tampo as fotos que você pode organizar com as próprias mãos.

Cá entre nós: é raro, isto. Algo de fascinantemente simples, uma solução elegante, vinda da Microsoft. Chama-se Surface (superfície) e por enquanto não serve para nada. Às vezes, máquinas são inventadas apenas para que o público descubra se têm utilidade ou não. (O telefone era para ser um aparelho de surdez, do tipo que aumenta o volume do que se fala na outra ponta.)

Por sua vez, a Apple está para botar no mercado o iPhone, o primeiro celular que, bem, não tem botões. O novo sistema operacional dos Macs está para ser lançado, também – Jobs o apresentará esta semana e, até outubro, deve estar nas lojas. Enquanto isso, o iPod vai muito bem, obrigado.

Tecnologia, pois. Faz parte de nossos cotidianos. Dependemos dela para nosso sustento. Esses dois homens, Steve Jobs e Bill Gates, estarão nos livros de história. Não é retórica. Talvez nenhum presidente de nenhum país tenha mudado tanto o mundo quanto Jobs e Gates ao longo dos últimos 30 anos. E, diga-se, pois não é sempre que podemos dizê-lo: mudaram para melhor. (Sim, mesmo com os crashes do Windows.)

No mês do aniversário do Apple II, cujo primeiro software foi desenvolvido pela Microsoft, é bom lembrar de ambos na hora de erguer um brinde.

Fonte: link

Comentário do João: Ta aí. Tb quero ter esta mania.

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